Editorial: Política em Simões Filho; bastidores do “circo sem pão”

“O pior fator da política do Pão e Circo é justamente o apreço que o povo tem por ela”, J. Carlos

No que diz respeito à  frase da  política do  pão e circo do imperador romano,  tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos e só se preocupava com o alimento e o divertimento.

Além disso, Vespasiano, imperador romano, temendo  uma revolta popular por conta da falta de emprego, entre  outros, promovia no  famoso Coliseu,  diariamente, lutas sanguinárias  que   eram travadas, enquanto o pão e  o trigo eram distribuídos  ao público. Com o objetivo  alcançado, o  povo  esquecia dos  problemas e não  pensava em rebelião.

Apesar da semelhança do picadeiro armado com as manobras  políticas, atualmente o governante da cidade de Simões Filho, Dinha Tolentino  consegue extrapolar a medíocre  história, quando mantém a população com  o “CIRCO SEM PÃO”.

O alcaide distribui a ilusória fantasia da perfeição, camuflando o descaso,  anunciando (festas) por existir a verba da cultura da ignorância.  Assim, se permite ficar entre  o público alvo, garantindo sua autopromoção.

Por trás dos holofotes está a realidade diária do cidadão simõesfilhense, no anonimato, tentando sobreviver,  não apenas ao raro pão a mesa, mas  às disputas sanguinárias por sobrevivência.

Contudo, em 16  de outubro  de 2017, foram   propagados nos sites patrocinados pela prefeitura, 21  novas empresas que  iriam gerar  mais de 5 mil empregos. Infelizmente às ruas cheias de ambulantes  e  trabalhadores informais,  comprovam a mazela   do desemprego, além de grandes  empresas que fecharam as  portas,  como; Xerox,  Alcan, Taurus Helmets.  Sendo assim, cidadãos metaforicamente se   “digladiam” nas  longas filas em busca  de emprego.

Sem mencionar o caos de outro Coliseu moderno.  Literalmente, a saúde jorra sangues  inocentes,  enquanto gestores manipulam a massa responsabilizando terceiros por  sua ineficácia operacional.

Postos médicos sem medicamentos básicos, funcionários com salários atrasados, uma precariedade.   Além de contradição nas propagandas, prefeitura com  publicidade da aquisição  de veículos   para dar suporte aos agentes endemias, logo, o governo federal suspende verbas destinadas ao  programa epidemiológica por incompetência administrativa em não alimentar o sistema. A desculpa na tentativa de subestimar a população, de não existir nenhuma  necessidade do recurso por não haver mais índice de mortalidade.  Para quê  será a aquisição ?

Falta de iluminação pública, mesmo com contrato milionário. Gastos milionários na infraestrutura com ineficácia operacional de execução. Transportes públicos de  péssima qualidade, principalmente o interurbano, tão problemático que não conseguem licitar.

As necessidades básicas são pães que alimentam e fazem com que o cidadão  cresça,  feliz e desfrute do lazer, atrações públicas de direito. Porém, infelizmente a   grande maioria não tem  nem o pão material. Portanto, o que temos é o circo sem pão, isto em todos os sentidos.

Circo para o povo, educação não. Professores sem repasse  integral  do piso salarial, conduzidos na ditadura do abuso de poder, entre outras mazelas  submetidas.

Mesmo  com tanto  sofrimento, o nobre cidadão  deseja vida longa ao imperador,  neste caso, gestor. Essa é a política do CIRCO, sem pão. Como diz Thomas Fuller;  a maior escravidão é ser escravo das próprias paixões.

Por: Neila Santos/colunista do Tabuleiro Baiano

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