A falta de planejamento e a má gestão dos recursos públicos mais uma vez prejudicou a rotina da população do município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Alunos, professores e funcionários da rede pública foram surpreendidos, na manhã desta quarta-feira (14/08), com a informação de que não haveria transporte escolar.
De acordo com as primeiras informações, alguns motoristas de uma das empresas que prestam serviço para a prefeitura, a SD Transporte, resolveram paralisar as atividades temporariamente, para reivindicar o pagamento de salários atrasados.
E a educação não é o único setor essencial que tem sido prejudicado pela ingerência da prefeitura, no que se refere à manutenção dos contratos e pagamentos dos fornecedores em dia. A saúde está em uma situação ainda mais decadente.
Há relatos de que o Hospital Municipal corre o risco de fechar as portas por falta de medicamentos, embora a prefeitura tenha feito um aditivo contratual com a APMI, empresa que administra a unidade de saúde, no valor mensal de R$ 2. 604.575,83 (dois milhões, seiscentos e quatro mil, quinhentos e setenta e cinco reais e oitenta e três centavos).
A UPA e os postos de saúde também estão funcionando em péssimas condições. Mesmo os materiais básicos e de baixo custo como gaze e esparadrapo estão em falta na rede pública de saúde. Até para fazer um curativo as pessoas estão encontrando dificuldades, segundo afirmam os próprios pacientes.
Em uma cidade que arrecada em média R$ 30 milhões por mês, assegurando a posição de 7 maior economia da Bahia, é difícil compreender os motivos pelos quais a empresa de transporte escolar precisou paralisar as atividades e as unidades de saúde não dispõem dos materiais e medicamentos essenciais.
Mais curioso ainda é saber que, mesmo sem condições de manter ativos os contratos básicos e os pagamentos dos fornecedores da saúde e da educação, a prefeitura contratou recentemente um empréstimo no valor de R$ 25 milhões junto a Caixa Econômica, aumentando ainda mais o endividamento do município, com o único propósito de realizar obras eleitoreiras e antecipar a campanha política para o pleito de 2020, onde o prefeito Dinha Tolentino concorrerá à tão sonhada reeleição.
É preocupante a situação econômica atual da cidade de Simões Filho. Não precisa ser especialista em finanças para saber que, reeleito ou não, Dinha deixará “um rombo” milionário nos cofres públicos, onerando o município com empréstimos parcelados “a perder de vista”, deixando para o seu sucessor o mesmo discurso propagado por ele, no início do mandato, de que “assumiu o município com uma herança maldita de dívidas e nome sujo na praça”.