A relação entre o vereador Everaldo da Silva (Vel) e o prefeito da cidade de Simões Filho, Diógenes Tolentino (Dinha) não vive o seu melhor momento. Desde que o edil, que faz parte da base governista resolveu utilizar a tribuna da Câmara para criticar a ingerência da empresa que presta serviço de limpeza na cidade, Jotagê, o clima de paz com o alcaide acabou se tornando em guerra.
Em entrevista exclusiva ao Tabuleiro Baiano, após a sessão desta terça-feira (04/06) Vel contou que tem sofrido retaliações constantes por parte do prefeito Diógenes Tolentino, inclusive tendo o seu direito à fala cerceado na Câmara, em uma suposta articulação do cacique com o presidente da Casa legislativa, Orlando de Amadeu.
“ Infelizmente está tendo algumas coisas aqui na Câmara, com relação a Palavra Franqueada, que hoje mesmo não teve. Na Palavra Franqueada sempre quem chega cedo aqui se inscreve, e hoje eu era o segundo inscrito, o vereado Sandro também era o quinto e a gente, mais uma vez não pôde expressas o nosso sentimento. Isso vem acontecendo há mais de um mês aqui nesta casa, que infelizmente a gente está sendo censurado”, contou o vereador.
De acordo com Vel, toda a conspiração contra a sua pessoa começou a partir do momento que ele partiu para cima da empresa Jotagê cobrando que a terceirizada execute o serviço firmado no contrato milionário com a prefeitura, que na sua concepção, está fazendo “vista grossa”.
“Acho que o prefeito deveria tomar uma decisão, alguns vereadores entraram aqui na defesa daquela situação. Eu acho que se não está prestando tem que tirar. Acho que o prefeito faz vista grossa sim e tem que resolver essa situação”.
Ainda sobre a falta de atitude do prefeito no que se refere à Jotagê, Vel disse que, além de não tomar nenhum posicionamento sobre a ingerência da empresa, o prefeito ainda passou a persegui-lo, demitindo inclusive pessoas que foram indicadas por ele para prestar serviço de limpeza na cidade.
“Para quem não sabe, eu tinha três funcionários lá na Jotagê e tiraram, a última foi sábado. Tiraram três funcionários meus, estou sendo perseguido, infelizmente. Hoje mesmo na minha Palavra Franqueada eu ia falar sobre isso. Não sei se já foi combinado para não ter a Palavra Franqueada, mas eu estou sendo perseguido”.
Com tom de decepção, o edil declarou está surpreso com a postura do prefeito Dinha, que embora se coloque sempre como uma pessoa cristã e temente a Deus, agora, segundo ele está agindo como um mero perseguidor.
“A gente fica triste, porque uma pessoa que sempre pregou dizer que é de Deus, uma pessoa que sempre pregou dizer que tem essa alegria no coração, que não é perseguidor e hoje está aí, perseguidor. Ele não tirou do vereador Vel, tirou de três pais de família que levam o pão de cada dia para casa”, comentou.
Por fim, o vereador contou que nem mesmo sua esposa grávida, que também é nomeada na prefeitura escapou das retaliações impostas pelo mandatário. Neste sentido, Vel disse que esta sendo empurrado para a oposição, mas que só vai decidir se vai ou se fica, quando tiver oportunidade de conversar pessoalmente com o prefeito.
“Para quem não sabe, o prefeito Dinha tirou minha esposa, só que aconteceu que minha esposa está grávida então, não pode tirar. É uma perseguição, eu acho que é pessoal e como eu sempre falo, mesmo se o prefeito Dinha vier tirar todos os meus funcionários, eu vou ter uma conversa com ele no momento certo, porque está me empurrando para a oposição”, finalizou.
Ouça o áudio da entrevista completa: