De mal a pior: Com saúde a beira da falência, Prefeitura de Simões Filho faz empréstimo de R$ 25 milhões para obras de infraestrutura

Em meio às circunstâncias que vive atualmente o município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), parece que a proximidade do ano eleitoral e a alta rejeição por parte da população local fez com que o prefeito Diógenes Tolentino (Dinha), entrasse em colapso.

Com a saúde a beira da falência, educação com um dos piores índices de desenvolvimento de todos os tempos e um serviço de transporte público praticamente inexistente, o gestor municipal decidiu fazer um empréstimo no valor de R$ 25 milhões com a Caixa Econômica Federal, para custear obras de infraestrutura como a requalificação do Mercado Municipal, do Estádio Edgar Santos e pavimentação de algumas ruas.

É fato que o Mercado Municipal está entregue as traças nos dois últimos anos e que os permissionários do estabelecimento comercial necessitam sim do mínimo de dignidade para continuar levando o sustento para suas casas.  Assim como, fomentar o esporte e a cidadania é dever do poder público, mas, não seria o caso de priorizar a saúde nesse momento de decadência?

O prefeito Dinha está sendo investigado por possíveis irregularidades no contrato da empresa que gerencia o Hospital Municipal e, infelizmente, não param de chegar denúncias de pacientes revoltados com o descaso na saúde pública do município. Na semana passada, por exemplo, um bebê recém-nascido veio a óbito por suposta negligência médica e falta de estrutura da unidade de saúde.

Uma testemunha que presenciou todo o atendimento, desde a chegada da mãe até o falecimento da criança conta que, a paciente foi submetida a perder as forças, tentando fazer vir ao mundo, de maneia natural, o bebê que pesava mais de 5 kg. Somente depois de longas horas de sofrimento é que a criança veio ao mundo, já quase sem sinais vitais e horas depois faleceu, ainda na unidade hospitalar.

Casos como esses são corriqueiros e caracterizam o desrespeito com o qual a gestão da “Boa Terra, Boa Gente” [como diz o slogan da prefeitura] tem tratado seus munícipes. Mas, isso não vem o caso, porque mais parece que o prefeito está preocupado com obras visíveis, capazes de garantir sua reeleição, do que com o cuidado com aqueles que mais precisam de atenção e assistência nos momentos de maior dificuldade.

Sem falar na dívida milionária que o prefeito vai deixar aos cofres públicos, para ser paga “a perder de vista”. Justo ele, que tanto criticou o ex-gestor, Eduardo Alencar e desqualificou a antiga administração em todos os seus discursos políticos por causa de uma suposta dívida milionária, oriunda de inadimplência com o INSS.

Vale salientar ainda que, no inicio do seu governo, Dinha anunciou aos quatro cantos da cidade o projeto que previa uma economia de R$ 140 milhões ao cofres públicos ao termino do seu mandato (35 milhões por ano), com a extinção de algumas secretarias. Contudo, pelo visto “o tiro saiu pela culatra” e ele precisou de reforços, buscando recursos através de empréstimos e parcelamentos.

Agora resta saber se, a população local ainda está tão despolitizada ao ponto de deixar passar despercebida a ingerência dos serviços básicos e essenciais no município ao longo desses dois anos e meio de gestão, em detrimento das obras grandiosas que Dinha pretende fazer no último ano de sua administração, “de olho” em uma possível reeleição.

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